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Saturday, October 30, 2021

PT – LARRY ROMANOFF — Nações Construídas sobre Mentiras — Como os EUA se Tornaram Ricos — Colonização, Trabalho e Escravatura — Volume 1 – Parte 2

 

 

Nações Construídas sobre Mentiras

Como os EUA se Tornaram Ricos

Volume 1 – Parte 2


© Larry Romanoff, October, 2021

 

Parte 2 – Colonização, Trabalho e Escravatura

 

Conteúdo Parte 2

 

Preâmbulo

A Democracia Cria Elites Ricas, não Nações Ricas

Colonialismo: A Verdade Amarga

Colonização ao estilo americano

Cultivar a Disparidade de Rendimentos

A visão americana da supremacia económica dos EUA, em 1948

A visão americana da supremacia económica dos EUA, em 2010

Prerrogativa Imperial

Trabalho, A Maldição do Capitalismo

Escravidão

 

Preâmbulo

 

Temos de considerar que o contexto geral da riqueza contém várias dimensões discretas que, na sua maioria, se excluem mutuamente. Um reino pode ser rico no sentido em que o seu monarca possui grande riqueza e poder, mas isso nada diz sobre os indivíduos que vivem nesse reino, uma vez que a riqueza do soberano pode provir inteiramente de ter despojado a população. A nossa população está também dividida em dimensões, em termos de classes sociais. Cada nação, rica ou pobre, tem uma classe alta rica, o que nada nos diz sobre a riqueza relativa da nação como um todo. Se um país tem uma classe média pequena e decrescente ou uma parte substancial da classe baixa que vive na pobreza, temos de aperfeiçoar a nossa compreensão do que significa realmente ser uma nação rica. Estes casos, que são indicativos de uma grande disparidade de rendimentos e onde um punhado relativo é rico enquanto a maioria não o é, não satisfariam o nosso entendimento de um país rico.


As nações sujeitas ao capitalismo não regulamentado enquadrar-se-ão geralmente na definição acima, com uma grande disparidade de rendimentos contendo um punhado relativo de ricos, mas com a pirâmide da riqueza a pender muito rapidamente para a pobreza. Num país capitalista não regulamentado como os EUA pode muita dessa riqueza residir nas suas grandes empresas e nos seus proprietários da elite, riqueza que não se filtra até aos trabalhadores. Como exemplo, podemos pensar na Apple, com alguns executivos muito ricos e várias centenas de biliões de dólares não tributados em paraísos fiscais (offshore), mas o trabalhador médio da Apple está longe de ser rico de acordo com  a maioria das definições e os cerca de um milhão de jovens que realmente fabricam e montam os produtos da Apple qualificar-se-iam como pobres. Em contraste, uma nação com uma inclinação mais socialista terá uma camada menor de grande riqueza e um nível de vida muito mais elevado para todo o resto, com uma classe média muito maior e pouca ou nenhuma pobreza.


Então, o que é que realmente queremos significar quando dizemos que um país é rico? Que o governo tem receitas enormes ou que o soberano possui uma grande riqueza? Que as suas empresas são extremamente rentáveis e que os seus banqueiros são extremamente ricos? Ou será que todos no país, incluindo as classes mais baixas, partilham dessa riqueza e que ninguém vive numa pobreza abjecta? No final, não é a extrema riqueza de alguns, mas o nível de vida de toda a população que devemos considerar. Para obter uma apreciação realista da riqueza de uma nação, precisamos de examinar não só os escalões superiores da sociedade, que são sempre ricos em todo o lado, mas sim o estatuto de segurança financeira dos menos privilegiados dessa sociedade.

Tuesday, October 26, 2021

PT -- Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra -- Biliões de euros para "inovar" a NATO nuclear

 


A Arte da Guerra

 Biliões de euros para "inovar" a NATO nuclear 

Manlio Dinucci

ENGLISH  FRANÇAIS  ITALIANO  PORTUGUÊS

"A NATO acabou no sótão", escreveram há um mês, os comentadores políticos em vários jornais, depois de a França ter retirado o seu embaixador de Washington em 16 de Setembro. Foi o protesto de Paris por ter sido excluído da parceria estratégico-militar entre os Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália, anunciado na véspera e por ter perdido um contrato lucrativo para a venda de submarinos à Austrália, que será substituído por submarinos nucleares fornecidos pelos EUA e Grã-Bretanha. Contudo, uma semana após a sensacional rotura diplomática, o General francês Lavigne foi colocado no comando do Comando Aliado da Transformação, com sede em Norfolk nos EUA, e os presidentes dos dois países, Biden e Macron, emitiram uma Declaração Conjunta. 

Biden reafirmou "a importância estratégica do compromisso francês e europeu no Indo-Pacífico" (a região que, na geopolítica de Washington, se estende desde a costa ocidental dos EUA até à da Índia). A comissão militar dos Chefes da Defesa dos 30 países da NATO, reunidos em Atenas, explicou porquê: "Enquanto as acções agressivas de Moscovo ameaçam a nossa segurança, a ascensão da China está a alterar o equilíbrio do poder, com consequências para a nossa segurança, para a nossa prosperidade e para o nosso modo de vida". Perante tais "ameaças", concluiu, "precisamos que a Europa e a América do Norte estejam fortes, unidas". Como precisam de estar unidas, Biden reitera na sua declaração conjunta com Macron: "Os Estados Unidos reconhecem a importância de uma força de defesa europeia mais forte e mais capaz que complemente a NATO. Uma Europa militarmente mais forte, mas como complemento da NATO: uma aliança assimétrica, à qual pertencem 21 dos 27 países da União Europeia, na qual o cargo de Comandante Supremo Aliado na Europa é sempre ocupado por um general dos EUA, que detém todos os outros comandos-chave na Europa (como o JFC-Nápoles, com sede no Lago Patria). 

Foi neste contexto que se realizou a reunião dos 30 Ministros da Defesa (pela Itália, Lorenzo Guerini, PD), em 21-22 de Outubro na sede da NATO, em Bruxelas. Criou um "Fundo para a Inovação" com uma dotação inicial de um bilião de euros, a cargo de 17 países europeus, entre os quais a Itália, mas não pelos Estados Unidos, para o desenvolvimento das tecnologias mais avançadas para uso bélico. Lançou a "Estratégia para a Inteligência Artificial", um programa ainda mais dispendioso para a NATO manter a vantagem neste campo, que está a "mudar o ambiente global da defesa", ou seja, o modo de fazer a guerra. Decidiu "o melhoramento da prontidão e da eficácia do nosso dissuasor nuclear", ou seja, a instalação na Europa, de novas armas nucleares, naturalmente com a motivação de defender-se da "crescente ameaça dos mísseis da Rússia". 

Na véspera da reunião da NATO, o Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, advertiu que "os Estados Unidos, com o apoio total dos aliados da NATO, intensificaram o trabalho de modernização das armas nucleares tácticas e dos seus locais de armazenamento na Europa" e a Rússia considera particularmente preocupante que "os pilotos dos países não nucleares da NATO estejam envolvidos em exercícios para a utilização de armas nucleares tácticas". Uma mensagem dirigida em particular à Itália, onde os EUA se preparam para substituir as bombas nucleares B61 pelas novas B61-12 e os pilotos italianos estão agora a ser treinados na sua utilização também com os F-35. "Consideramos esta situação ser uma violação directa do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares", concluiu Shoigu. A mensagem é dirigida à Itália e a outros membros europeus da NATO que, apesar de terem ratificado o Tratado de Não-Proliferação como países não nucleares, albergam armas nucleares dos EUA e treinam-se na sua utilização. O significado implícito da mensagem é claro: a Rússia considera estes países como uma fonte de ameaça e está a tomar contramedidas. A mensagem foi, como habitualmente, ignorada pelo nosso governo e parlamento e, claro, pelos meios dea comunicação social que colocaram a NATO no sótão.     

Manlio Dinucci

il manifesto, 26 de Outubro de 2021

Su BYOBLU, Canale 262 del digitale terrestre

Il Venerdì alle 20:30

PANGEA  GRANDANGOLO

RASSEGNA STAMPA INTERNAZIONALE

https://www.youtube.com/watch?v=fy3KY4CfwU8

Grandangolo allarga il campo dell’informazione, segnalando e commentando articoli, comunicati stampa, reportage, documenti, dichiarazioni e interviste, che compaiono su media e fonti ufficiali internazionali, ma vengono ignorati o deformati dai media mainstream del nostro paese.

ORARI DI TRASMISSIONE

EN -- Manlio Dinucci -- The Art of War -- Billions of euros to "innovate" the nuclear NATO

 


The Art of War

Billions of euros to "innovate" the nuclear NATO 

Manlio Dinucci

 

"NATO has ended up in the attic," wrote the political commentators of several newspapers a month ago, after France had withdrawn its ambassador from Washington on September 16. It was Paris' protest at being excluded from the strategic-military partnership between the United States, Great Britain and Australia, announced the day before, and at losing a lucrative contract for the sale of submarines to Australia, which will be replaced by nuclear submarines supplied by the U.S. and Great Britain. 

A week after the resounding diplomatic break, however, the French general Lavigne was put in charge of the Allied Transformation Command, with headquarters in Norfolk in the U.S., and the presidents of the two countries, Biden and Macron, published a Joint Declaration. 

Biden reaffirmed "the strategic importance of the French and European engagement in the Indo-Pacific" (the region that in Washington's geopolitics extends from the west coast of the US to that of India). The reason was explained by the Military Committee of the Chiefs of Defence of the 30 NATO countries, meeting in Athens: "While Moscow's aggressive actions are a threat to our security, China’s rise is fundamentally shifting the balance of power, which has potential consequences for our security, our prosperity and our way of life.”

In the face of such "threats," they concluded, "we need Europe and North America to stand strong, bound together". Biden reiterated in his joint statement with Macron: "The United States recognizes the importance of a stronger, more capable European Defence Force that is complementary to NATO". Therefore, a militarily stronger Europe, but as a complement to NATO: an asymmetrical alliance, to which 21 of the 27 countries of the European Union belong, in which the position of Supreme Allied Commander in Europe is always held by a general of the United States, which holds all the other key commands in Europe (such as the JFC-Naples with headquarters in Lago Patria).

On this background, the meeting of 30 Defense Ministers (for Italy Lorenzo Guerini, Democratic Party) was held on October 21-22 at the NATO headquarters in Brussels. It created an "Innovation Fund" with an initial allocation of 1 billion euros, to be paid by 17 European countries including Italy, but not by the United States, for the development of the most advanced technologies for war use. It launched the "Strategy for Artificial Intelligence", an even more costly program for NATO to maintain its advantage in this field that "is changing the global defense environment", i.e. the way war is waged. It decided on "improving the readiness and effectiveness of our nuclear deterrent," i.e., deploying new nuclear weapons in Europe, of course with the motivation of defending against "the growing missile threat from Russia." 

On the eve of the NATO meeting, the Russian Defense Minister, Sergei Shoigu, warned that "the United States of America has stepped up work with the full support of its NATO allies to modernize tactical nuclear weapons and their storage sites in Europe" and Russia considers particularly worrying “the engagement of pilots from the bloc’s non-nuclear member states in the drills to practice employing tactical nuclear weapons."A message directed in particular to Italy, where the U.S. is preparing to replace B61 nuclear bombs with the new B61-12s and Italian pilots are being trained in their use with F-35s. "We regard this as a direct violation of the Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons," Russia’s defense chief stressed.

The message is directed to Italy and other European NATO members who, despite having ratified the Non-Proliferation Treaty as non-nuclear countries, host US nuclear weapons and train for their use. The implicit meaning of the message is clear: Russia considers these countries a source of threat and is taking countermeasures. The message has been ignored as usual by our government and parliament and, of course, by the media that have put NATO in the attic.

 Manlio Dinucci

(il manifesto, October 26, 2021)


IT -- Manlio Dinucci -- L'Arte della guerra -- Miliardi di euro per «innovare» la Nato nucleare

 


L’Arte della guerra

 Miliardi di euro per «innovare» la Nato nucleare 

Manlio Dinucci


«La Nato è finita in soffitta», scrivevano un mese fa i commentatori politici di svariate testate giornalistiche, dopo che la Francia aveva ritirato l’ambasciatore da Washington il 16 settembre. Era la protesta di Parigi per essere stata esclusa dal partenariato strategico-militare tra Stati uniti, Gran Bretagna e Australia, annunciato il giorno prima, e aver perso un lucroso contratto per la vendita di sottomarini all’Australia, che saranno sostituiti da sottomarini nucleari forniti da Usa e Gran Bretagna. Una settimana dopo la clamorosa rottura diplomatica, però, il generale francese Lavigne veniva messo a capo del Comando Alleato della Trasformazione, con quartier generale a Norfolk negli Usa, e i presidenti dei due paesi, Biden e Macron, pubblicavano una Dichiarazione congiunta.

 

Biden riaffermava «l’importanza strategica dell’impegno francese ed europeo nell’Indo-Pacifico» (la regione che nella geopolitica di Washington si estende dalla costa occidentale degli Usa a quella dell’India). Il perché veniva esplicitato dal Comitato militare dei capi della Difesa dei 30 paesi della Nato, riunito ad Atene: «Mentre le azioni aggressive di Mosca minacciano la nostra sicurezza, l'ascesa della Cina sta spostando l'equilibrio di potere, con conseguenze per la nostra sicurezza, la nostra prosperità e il nostro stile di vita». Di fronte a tali «minacce», concludeva, «abbiamo bisogno che l'Europa e il Nord America siano forti, legati insieme». Come debbano essere legati, lo ribadisce Biden nella dichiarazione congiunta con Macron: «Gli Stati uniti riconoscono l’importanza di una Difesa europea più forte e più capace, che sia complementare alla Nato». Quindi un’Europa militarmente più forte, ma come complemento della Nato: alleanza asimmetrica, a cui appartengono 21 dei 27 paesi dell’Unione europea, nella quale la carica di Comandante Supremo Alleato in Europa spetta sempre a un generale degli Stati uniti, i quali detengono tutti gli altri comandi chiave in Europa (come il JFC-Naples con quartier generale a Lago Patria).

 

Su questo sfondo si è tenuta, il 21-22 ottobre al quartier generale della Nato a Bruxelles, la riunione dei 30 ministri della Difesa (per l’Italia Lorenzo Guerini, Pd). Essa ha creato un «Fondo per l’Innovazione» con un primo stanziamento di 1 miliardo di euro, a carico di 17 paesi europei tra cui l’Italia, ma non degli Stati uniti, per lo sviluppo delle più avanzate tecnologie ad uso bellico. Ha varato la «Strategia per l’intelligenza artificiale», un ancora più costoso programma perché la Nato mantenga il vantaggio in questo campo che «sta cambiando l’ambiente globale della difesa», ossia il modo di fare la guerra. Ha deciso «il miglioramento della prontezza e dell’efficacia del nostro deterrente nucleare», ossia lo schieramento in Europa di nuove armi nucleari, naturalmente con la motivazione di difendersi dalla «crescente minaccia missilistica della Russia».

 

Alla vigilia della riunione Nato, il ministro russo della Difesa, Sergei Shoigu, ha avvertito che «gli Stati uniti, con il pieno sostegno degli Alleati Nato, hanno intensificato il lavoro per modernizzare le armi nucleari tattiche e i loro siti di stoccaggio in Europa» e la Russia considera particolarmente preoccupante il fatto che «piloti di paesi Nato non-nucleari siano impegnati in esercitazioni per l’uso di armi nucleari tattiche». Un messaggio diretto in particolare all’Italia, dove gli Usa si preparano a sostituire le bombe nucleari B61 con le nuove B61-12 e i piloti italiani vengono addestrati al loro uso ora anche con gli F-35. «Consideriamo ciò una diretta violazione del Trattato di non-proliferazione delle armi nucleari», conclude Shoigu. Il messaggio è diretto all’Italia e agli altri membri europei della Nato che, pur avendo ratificato il Trattato di non-proliferazione quali paesi non-nucleari, ospitano armi nucleari Usa e si addestrano al loro uso. Il significato implicito del messaggio è chiaro: la Russia considera questi paesi fonte di minaccia e sta prendendo delle contromisure. Il messaggio è stato come al solito ignorato dal nostro governo e parlamento e, ovviamente, dai media che hanno messo la Nato in soffitta.   

 

Manlio Dinucci

il manifesto, 26 ottobre 2021

Wednesday, October 20, 2021

PT -- LARRY ROMANOFF -- Nações Construídas sobre Mentiras -- Como os Estados Unidos se Tornaram Ricos -- Volume 1 -- Parte 1

 

 

Nações Construídas sobre Mentiras

Como os EUA se Tornaram Ricos

Volume 1 - Parte 1


CHINESE   ENGLISH   PORTUGUESE   POLSKI  SPANISH


© Larry Romanoff, Outubro, 2021


Prefácio

De: James Bacque

Data: Sábado, 5 de Janeiro de 2019 21:13 PM

Caro Larry,

Obrigado pela informação - como adivinhou, eu próprio já encontrei grande parte dela. Desejo-lhe boa sorte. . . Seja o mais moderado que puder ao exprimir as suas descobertas muito importantes. Lembre-se que quase ninguém sabe tanto como o senhor e algumas das suas descobertas são muito perturbadoras.

Tudo de bom,

Jim

 

Prólogo do Volume Um

Uma Breve História da América que não se aprende numa Universidade


Um dos mitos históricos mais populares incorporados na consciência americana pela máquina de propaganda diz respeito à migração dos colonos para o Novo Mundo, a narrativa  a especificar como centenas de milhares de oprimidos virtuosos afluíram aos estaleiros, numa corrida precipitada pela liberdade e pela oportunidade. Podem ter existido cinco ou seis dessas pessoas, mas estava lá um grupo muito maior para escapar ao carrasco e ao carcereiro e uma selecção ainda maior eram comerciantes de escravos, prostitutas, e criadores de esquemas capitalistas à procura de pastagens mais verdes. Quando acrescentamos aos vastos números que esperavam escapar à perseguição justificada pelas suas versões pervertidas do cristianismo, os primeiros americanos dificilmente foram modelos a seguir para a edificação de uma nova nação. As provas estão claramente,mais do lado dos criminosos, dos perdedores e dos desajustados, dos fanáticos religiosos e dos oportunistas do que do lado dos míticos oprimidos. E, para que conste, não há qualquer prova de colonos a emigrar para a América em busca da "liberdade" ou da "oportunidade", pelo menos, não dentro do significado actual destas palavras.

A boa saúde mental não era um pré-requisito para os colonos europeus que emigraram para o Novo Mundo. Gostamos de recordar-nos que a Austrália era (e continua a ser na sua maioria) povoada principalmente por assassinos, ladrões e pervertidos sexuais, mas os imigrantes para a América não eram consideravelmente melhores. De facto, a inscrição na Estátua da Liberdade ficou com as palavras mais ou menos correctas ao referir-se ao "lixo miserável da sua costa fervilhante". Enquanto os australianos tiveram os seus assassinos e assaltantes em série, os europeus estavam melhor com os seus extremistas cristãos que passavam os dias da semana a queimar bruxas e a matar índios e aos seus domingos na igreja, a agradecer a Deus por lhes dar essa oportunidade. Os australianos melhoraram marginalmente os seus hábitos ao longo dos séculos, enquanto que os americanos não o fizeram.

A América é amplamente aceite e, na verdade, até se orgulha de ser um país profundamente cristão, com 65% ou mais da população a declarar a religião como sendo importante nas suas vidas. Isto seria apoiado pela História, uma vez que as grandes migrações para o Novo Mundo consistiam numa longa lista de seitas religiosas escamosas cujo objectivo principal de emigração era a oportunidade de construir uma sociedade inteiramente baseada nessas heresias isolacionistas e extremistas. Provavelmente é  correcto dizer que a bruxaria de Salém foi o viveiro em que a versão peculiarmente americana da teologia cristã germinou e floresceu e que também serviu como uma introdução prática à histeria de massas, que mais tarde seria tão utilmente aplicada aos conceitos de patriotismo e democracia. Os ecos duradouros desta ascendência religiosa têm influenciado altamente toda a História americana posterior.

Monday, October 18, 2021

First of over 200 bodies being exhumed from Lugansk mass grave. One of Obama’s atrocities.


From: Russell Bentley <russellbbentley@gmail.com> (with an introductory note added here by Eric Zuesse):

——

First of over 200 bodies being exhumed from Lugansk mass grave. One of Obama’s atrocities.

by Russel Bentley in Donbas, posted by Eric Zuesse

INTRODUCTORY NOTE BY ERIC ZUESSE: A friend, Russell Bentley, in Lugansk in the far-eastern Donbas region which had been part of Ukraine until Obama’s 2014 coup in Ukraine overthrew Ukraine’s democratically elected and neutralist President and replaced his Government by racist-fascist (or nazi) anti-Russian zealots, who promptly launched an ethnic-cleansing campaign against the residents in Donbas (which region of Ukraine had voted 90%+ for that neutralist to become Ukraine’s President) sent me this grim follow-up news-report:


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     First of over 200 bodies being exhumed from Lugansk mass grave.

                                           By Russell Bentley, 17 October, 2021


I recently witnessed the exhumation of human remains from a mass grave that contains over 200 bodies. It was a profound and profoundly disturbing experience. Each body in this grave represents an unnecessary and unjust death, a murder, and each of these over 200 murders can never be forgotten or  forgiven. There is a message that cries out from these bones that must be heard and understood, and acted upon by all good people in the world. Otherwise, history will repeat itself, and again, the killers and the killing will continue, and more mass graves will be filled.

After seven years of war, a war that continues to this day, these 200 bodies are being exhumed from the mass grave that the war forced them into back in the summer 2014, during the heaviest attacks and siege by the Ukrainian "punishers" against the people of Lugansk. In those terrible days and nights of constant shelling and ever present danger, there was no water or electricity, no safe place to process the bodies, no chance at all for a regular funeral. Only now are conditions and resources finally available to put these peaceful and innocent civilians, along with some of their heroic Defenders, to rest with a proper burial. 

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All decent people must ask how mass graves (this is not the only one) came to be here, in Donbass, on the edge of Europe in the second decade of the 21st century. They must ask exactly who did this and why, not just who pulled the triggers, but even more importantly, who gave the orders, and they must demand to see justice done, to respect and understand history, and to prevent more mass graves from being filled with innocent civilians, not just here in Lugansk, but throughout Europe and the world. 

Friday, October 15, 2021

BEN NORTON -- Behind NATO’s ‘cognitive warfare’: ‘Battle for your brain’ waged by Western militaries

 


Western governments in the NATO military alliance are developing tactics of “cognitive warfare,” using the supposed threats of China and Russia to justify waging a “battle for your brain” in the “human domain,” to “make everyone a weapon.”


NATO is developing new forms of warfare to wage a “battle for the brain,” as the military alliance put it.

The US-led NATO military cartel has tested novel modes of hybrid warfare against its self-declared adversaries, including economic warfare, cyber warfare, information warfare, and psychological warfare.

Now, NATO is spinning out an entirely new kind of combat it has branded cognitive warfare. Described as the “weaponization of brain sciences,” the new method involves “hacking the individual” by exploiting “the vulnerabilities of the human brain” in order to implement more sophisticated “social engineering.”

Until recently, NATO had divided war into five different operational domains: air, land, sea, space, and cyber. But with its development of cognitive warfare strategies, the military alliance is discussing a new, sixth level: the “human domain.”

2020 NATO-sponsored study of this new form of warfare clearly explained, “While actions taken in the five domains are executed in order to have an effect on the human domain, cognitive warfare’s objective is to make everyone a weapon.”

“The brain will be the battlefield of the 21st century,” the report stressed. “Humans are the contested domain,” and “future conflicts will likely occur amongst the people digitally first and physically thereafter in proximity to hubs of political and economic power.”

NATO cognitive warfare report
The 2020 NATO-sponsored study on cognitive warfare

Tuesday, October 12, 2021

FR -- Manlio Dinucci -- L’art de la guerre -- Les prix explosent dans la bataille du gaz

 


L’art de la guerre

 Les prix explosent dans la bataille du gaz 

Manlio Dinucci

ITALIANO   PORTUGUÊS   

 

L’explosion des prix du gaz frappe l’Europe au moment critique de la reprise économique, après les désastreux effets des confinements de 2020. L’explication selon quoi cela est dû à la croissance de la demande et à la chute de l’offre cache un cadre bien plus complexe, dans lequel des facteurs financiers, politiques et stratégiques jouent un rôle primaire. 

 

   Les Etats-Unis accusent la Russie d’utiliser le gaz comme arme géopolitique, en réduisant les fournitures pour contraindre les gouvernements européens à passer des contrats à long terme avec Gazprom, comme a fait l’Allemagne avec le gazoduc North Stream. Washington fait pression sur l’Union européenne pour qu’elle se détache de la “dépendance énergétique” de la Russie, qui la rend “otage” de Moscou. 

 

   Fondamentalement par effet de cette pression ont chuté dans l’Ue les contrats à long terme avec Gazprom pour l’importation du gaz russe, tandis qu’ont augmenté les achats sur les marchés spot (ou cash), où on achète des parts de gaz qui sont payées comptant dans la journée. La différence est substantielle : alors qu’avec le contrat à long terme on achète du gaz à un prix bas, qui est gardé constant au cours des années, dans les marchés spot on achète du gaz à des prix volatiles, généralement beaucoup plus hauts, déterminés par des spéculations financières dans les Bourses de marché. D’énormes quantités de matières premières minérales et agricoles sont achetées avec des contrats futures, qui prévoient leur livraison à une date établie et au prix convenu au moment de la signature. La stratégie des puissants groupes financiers qui spéculent sur ces contrats est de faire gonfler les prix des matières premières (eau comprise) pour revendre les futures à un prix plus haut. Pour avoir une idée du volume des transactions spéculatives des Bourses de marchés, il suffit de penser qu’à elle seule l’étasunienne Chicago Mercantile Exchange, dont les sièges sont à Chicago et New York, effectue 3 milliards de contrats par an pour un montant d’un million de milliards de dollars (plus de dix fois la valeur du PIB mondial, c’est-à-dire de la valeur réelle produite en une année dans le monde). En 2020, alors que l’économie mondiale était en grande partie paralysée, le nombre de futures et contrats analogues a atteint le niveau record de 46 milliards, 35% de plus par rapport à 2019, provoquant une hausse des prix des matières premières.

 

  En même temps, les USA font pression sur l’Ue pour qu’elle remplace le gaz russe par l’étasunien. En 2018, avec la déclaration conjointe entre le président Trump et le président de la Commission européenne Juncker, l’Union européenne s’est engagée à “importer plus de gaz naturel liquéfié (Lng) des Etats-Unis afin de diversifier son approvisionnement énergétique”. Le gaz qui arrive dans l’Ue est extrait aux USA de schistes bitumineux par une technique de fracturation hydraulique qui provoque des dégâts environnementaux très graves ; on va le liquéfier en le refroidissant à -161°C puis le transporter avec des navires gaziers à environ 30 terminaux en Europe, où il est alors re-gazéifié. Le gaz étasunien, bien que bénéficiant d’aides publiques, reste beaucoup plus cher que le russe et, pour entrer sur le marché, a besoin que le prix général du gaz demeure à des niveaux élevés.

 

  S’ajoute à tout cela la “guerre des gazoducs”, celle que l’Italie a payée très cher quand en 2014 l’Administration Obama, de concert avec la Commission Européenne, a bloqué le South Stream, le gazoduc en phase de réalisation avancée qui, sur la base de l’accord entre Eni (Société Nationale des Hydrocarbures italienne) et Gazprom, aurait apporté directement en Italie, à travers la Mer Noire, du gaz russe à bas prix. La Russie a contourné l’obstacle avec le TurkStream qui, par la Mer Noire, amène le gaz russe dans le lambeau européen de la Turquie, en continuant dans les Balkans pour approvisionner la Serbie et la Croatie. Le 29 septembre à Budapest, Gazprom et la compagnie Mvm Energy ont signé deux contrats à long terme pour la fourniture à la Hongrie de gaz russe à bas prix pendant 15 ans. Une défaite pour Washington, alourdie par le fait que Hongrie et Croatie font partie de l’OTAN. Washington répondra certainement non seulement sur le plan économique, mais aussi politique et stratégique. 

  La note c’est nous qui la payons, avec l’augmentation des factures du gaz et du coût de la vie en général.

 

Edition de mardi 12 octobre 2021 d’il manifesto

https://ilmanifesto.it/esplodono-i-prezzi-nella-battaglia-del-gas/ 

Traduit de l’italien par Marie-Ange Patrizio

PT -- Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra -- Os preços explodem na batalha pelo gás

 

 


A Arte da Guerra

 Os preços explodem na batalha pelo gás 

Manlio Dinucci


A explosão dos preços do gás está a atingir a Europa num momento crítico da sua recuperação económica, após os efeitos desastrosos dos lockdowns de 2020. A explicação de que isto é devido ao aumento da procura e à diminuição da oferta, esconde um quadro muito mais complexo, no qual factores financeiros, políticos e estratégicos desempenham um papel primordial. Os EUA acusam a Rússia de utilizar o gás como arma geopolítica, reduzindo os fornecimentos para forçar os governos europeus a celebrar contratos a longo prazo com a Gazprom, como fez a Alemanha com o gasoduto North Stream. Washington está a pressionar a União Europeia a libertar-se da sua "dependência energética" da Rússia, o que a torna uma "refém" de Moscovo. Fundamentalmente como resultado desta pressão, os contratos a longo prazo com a Gazprom para a importação de gás russo caíram na UE, enquanto aumentaram as compras no mercado à vista (ou a dinheiro), onde os lotes de gás são comprados e pagos em dinheiro, no mesmo dia.


A diferença é substancial: enquanto um contrato a longo prazo compra gás a um preço baixo, que se mantém constante ao longo dos anos, os mercados à vista compram gás a preços voláteis, geralmente muito mais elevados, determinados pela especulação financeira nas Bolsas de mercadorias. Grandes quantidades de produtos minerais e agrícolas são compradas com contratos futuros, que prevêem a entrega numa data fixa ao preço acordado aquando da sua conclusão. A estratégia dos poderosos grupos financeiros que especulam sobre estes contratos é aumentar os preços das matérias primas (incluindo a água) a fim de revender os futuros a um preço mais elevado. Para se ter uma ideia do volume de transacções especulativas nas bolsas de mercadorias, basta pensar que apenas a Chicago Mercantile Exchange, com sede em Chicago e Nova Iorque, realiza 3 biliões de contratos por ano no valor de um trilião de dólares (mais de dez vezes o valor do PIB mundial, ou seja, o valor real produzido num ano no mundo). Em 2020, enquanto a economia mundial estava largamente paralisada, o número de contratos de futuros e contratos similares atingiu um nível recorde de 46 biliões, 35% mais do que em 2019, provocando o aumento dos preços das mercadorias.

 

Ao mesmo tempo, os EUA estão a pressionar a União Europeia para substituir o gás russo pelo gás americano. Em 2018, numa declaração conjunta entre o Presidente Trump e o Presidente da Comissão Europeia Juncker, a UE comprometeu-se a "importar mais gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos para diversificar o seu aprovisionamento energético". O gás que chega à UE é extraído nos EUA a partir do xisto betuminoso, utilizando uma técnica de fractura que causa danos ambientais muito graves, sendo depois liquefeito por arrefecimento a -161°C e transportado por navios cisternas para cerca de 30 terminais na Europa, onde é regaseificado. O gás americano, apesar de usufruir de benefícios estatais, permanece muito mais caro do que o gás russo e,  para poder entrar no mercado, precisa que o preço geral do gás se mantenha elevado.

 

Junta-se a tudo isto, a "guerra dos gasodutos", aquela que a Itália pagou a um alto preço, quando em 2014 a Administração Obama, em concertação com a Comissão Europeia, bloqueou o South Stream, o gasoduto numa fase avançada de construção que, segundo o acordo entre ENI e Gazprom, teria trazido gás russo a baixo preço, directamente para Itália através do Mar Negro.  A Rússia contornou o obstáculo com a TurkStream que, através do Mar Negro, traz o gás russo para o lado europeu da Turquia, prosseguindo para os Balcãs para abastecer a Sérvia e a Croácia. A 29 de Setembro, em Budapeste, a Gazprom e a empresa MVM Energy assinaram dois contratos a longo prazo para fornecer à Hungria gás russo barato durante 15 anos.  Uma derrota para Washington, agravada pelo facto da Hungria e da Croácia fazerem parte da NATO. Washington seguramente responderá não só no plano económico, mas também no político e estratégico. A conta pagamo-la nós, com o agravamento das facturas e do custo de vida, em geral.

 

Manlio Dinucci

il manifesto,12 de Outubro de 2021