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Friday, March 30, 2018

PT -- GUERRA NUCLEAR: 7.1 A Europa no rearmamento nuclear do Prémio Nobel da Paz

MANLIO DINUCCI



“Copyright Zambon Editore”


GUERRA NUCLEAR
O PRIMEIRO DIA
De Hiroshima até hoje:
Quem e como nos conduzem à catástrofe

Capítolo 7

A EUROPA SUL
FRENTE NUCLEAR

7.1  A Europa no rearmamento nuclear do Prémio Nobel da Paz

Ao mesmo tempo que dá início ao golpe de Estado na Ucrânia, e que a reacção dos acontecimentos em cadeia provoca na Europa um novo confronto com a Rússia, a Administração Obama aprova o maior programa de rearmamento nuclear do fim da guerra fria. Documenta-o, em Setembro de 2014, um amplo artigo do New York Times: A Administração Obama está a investir dezenas de biliões de dólares na modernização e reconstrução do arsenal nuclear e nas instalações nucleares americanas». Mérito do mesmo Presidente Barack Obama, que cinco anos antes, em 2009, foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, graças à «sua visão de um mundo livre de armas nucleares, e ao trabalho desenvolvido por ele nesse sentido, que estimulou poderosamente o desarmamento».

Para a «modernização» do arsenal nuclear foi construído, em Kansas City, uma nova fábrica enorme, maior do que o Pentágono, onde milhares de funcionários, dotados de tecnologias do futuro, desenvolvem armas nucleares novas, testando-as com sistemas avançados que não requerem explosões subterrâneas. A fábrica de Kansas City faz parte de um «complexo nacional em expansão, para o fabrico de ogivas nucleares», composto de oito fábricas e laboratórios, com um pessoal superior a 40 mil especialistas. Em Los Alamos, no Novo México, é iniciada a construção de uma nova fábrica de grandes dimensões para a produção de plutónio para ogivas nucleares e, em Oak Ridge, no Tennessee, está a edificar-se outra, para a produção de urânio enriquecido para uso militar. No entanto, os trabalhos foram atrasados pelo facto de, em dez anos, o custo do projecto ter subido de 660 milhões para 5,8 biliões de dólares e o de Oak Ridge de 6,5 para 19 biliões de dólares.

A Administração Obama apresentou, na totalidade, 57 projectos de melhoramento de instalações nucleares militares. O custo está estimado em 335 biliões de dólares em dez anos. Mas é, apenas, a ponta do iceberg. Ao custo das instalações junta-se o dos novos transportadores nucleares.

Assim, é iniciado pela Administração Obama, um novo programa de armamento nuclear que, segundo um estudo do Monterey Institute, virá a custar (ao valor actual do dólar) cerca de um trilião de dólares, resultando como despesa no período 2024-2019.

O processo de «modernização» das forças nucleares americanas abrange, inevitavelmente, os países europeus da NATO. A função das armas nucleares na Aliança está esclarecida no «Conceito Estratégico 2010» que enuncia os objectivos do decénio 2010-2020. O documento afirma que «enquanto existirem armas nucleares, a NATO permanecerá uma aliança nuclear». Sublinha, desta maneira que, «a garantia suprema de segurança da Aliança é fornecida pelas forças nucleares estratégicas da Aliança.»

A seguir:
7.2  Itália: porta-aviões nuclear USA/NATO no Mediterrâneo

Ler este sub-capítulo e os capítulos precedentes em

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

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