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Sunday, April 29, 2018

PT -- GUERRA NULEAR: 7.5 O «escudo» USA sobre a Europa

MANLIO DINUCCI

“Copyright Zambon Editore”


GUERRA NUCLEAR
O DIA ANTERIOR
De Hiroshima até hoje:
Quem e como nos conduzem à catástrofe



7.5  O «escudo» USA sobre a Europa 

Em Maio de 2016, na base aérea de Deveselu, na Roménia, é inaugurada a «Aegis Ashore», a primeira instalação terrestre do sistema via satélite Aegis, dos Estados Unidos, em território europeu. O Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg, agradece aos EUA, visto que com essa instalação, «a primeira do seu género instalado em terra»,  aumentou consideravelmente, a capacidade de «defender os aliados europeus contra os mísseis balísticos do exterior da área Euro-Atlântica». Anuncia, assim, o início dos trabalhos a realizar na Polónia, em 2018, de outra «Aegis Ashore», análoga à que entrou em funcionamento na Roménia.

As duas instalações terrestres juntam-se aos quatro navios de guerra dotados do radar Aegis e de mísseis SM-3, os quais, deslocados pela U.S. Navy, da base espanhola de Rota, cruzam o Mar Mediterrâneio, o Mar Negro e o Mar Báltico. As Forças Navais Americanas já têm 30 navios deste tipo.

Quer as instalações em terra, quer as que se encontram nos navios, todas elas são dotadas de lançadores verticais Mk 41 da Lockheed Martin, ou seja, esses lançadores são constituídos por tubos verticais (no corpo do navio ou num bunker subterrâneo) de onde são lançados os mísseis interceptores SM-3. É o designado «escudo», cuja função, na realidade, é ofensiva. Se os EUA conseguirem realizar um sistema confiável, capaz de interceptar os mísseis balísticos, poderão manter a Rússia sob a ameaça de um first strike nuclear, confiante na capacidade do «escudo» de neutralizar os efeitos das represálias. Na realidade, isso não é possível no estado actual, porque a Rússia e a China estão a adoptar uma série de contra-medidas,que tornam impossível interceptar todas as ogivas nucleares de um ataque de mísseis. Então, para que serve o sistema Aegis instalado na Europa?

O mesmo é explicado pela Lockheed Martin. Ilustrando as características técnicas do sistema de lançamento vertical MK 41, sublinha que o mesmo está apto a lançar «mísseis para todas as missões: anti-aéreas, anti-navios, anti-submarinos e de ataque contra objectivos em terra». Cada tubo de lançamento é adaptável a qualquer tipo de míssil,  compreendendo «os maiores, para defesa contra mísseis balísticos e mísseis de ataque de longo alcance». Especificam mesmo os tipos: «o Standard Missile 3 (SM-3) e o míssil de cruzeiro Tomahawk». Este último, nas suas diversas versões, pode ser armado de ogivas convencionais (não nucleares) ou de ogivas nucleares.

Deste modo, não se pode saber quais os mísseis que estão nos lançadores verticais das bases na Roménia e na Polónia e os que estão a bordo dos navios que navegam nos limites das águas territoriais  russas. Não podendo controlar, Moscovo toma como certo que são mísseis de ataque nuclear.

A instalação de lançadores verticais Mk41 à volta do território russo pode assinalar o fim do Tratado sobre as forças nucleares intermédias, assinado pelos USA e URSS em 1987, que proíbe a instalação de mísseis sediados em terra e de alcance entre 500 a 5.500 Km.

Capítulo 8
O CENÁRIO DO APÓCALIPSE
8.1  A escalada qualitativa do confronto nuclear
 Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
                                                                                                            

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