REDE VOLTAIRE | 26 DE NOVEMBRO DE 2018
A
Marinha Ucraniana violou deliberadamente o espaço marítimo russo na Crimeia em
25 de novembro de 2018.
Considerando
a entrada das vedetas blindadas de
artilharia, Berdyansk e Nikopol e do rebocador Yani-Kapou nas suas águas territoriais, como um acto hostil, a
Rússia capturou-os. O Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia propôs ao
Presidente Petro Poroshenko a introdução da lei marcial “durante 60 dias”. O Conselho
de Segurança da ONU deve-se reunir urgentemente a pedido de ambas as partes.
A Ucrânia não reconhece a
anexação da Crimeia à Federação da Russia após o referendo de autodeterminação, realizado em 2014. Por conseguinte, considera que o território terrestre e marítimo da
Crimeia é seu. Desde a abertura da ponte russa entre os dois lados do Estreito
de Kerch, a Marinha Ucraniana está a militarizar o Mar de Azov, transferindo
para lá o que resta da Marinha nacional.
A
Rússia não reconhece o golpe de Estado efectuado em Kiev com a ajuda dos
Estados Unidos, a favor dos grupos nazis. Considerando que os golpistas tomaram
várias medidas contra a minoria russa na Ucrânia, inclusive a remoção do estatuto
da língua russa, a Federação da Rússia aceitou o referendo de autodeterminação
da Crimeia e acolheu-a no seu seio. No entanto, não se pronunciou sobre o estatuto
da região separatista de Donbass, que também pediu a sua adesão à Federação e onde
prosseguem combates.
Entrando
em conflito com o bloqueio levado a cabo pela Ucrânia, à península da Crimeia, Moscovo
construiu uma ponte entre as duas margens do Estreito de Kerch. Em face da
militarização ucraniana do Mar de Azov, o FSB instituiu um procedimento de
busca dos navios mercantes, tanto ucranianos como russos, ao entrar e ao sair do
canal Kerch-Enikal. Essas buscas, geralmente de 3 horas, por vezes duraram até
36 horas, provocando desordens nos portos ucranianos de Berdyansk e Mariupol e
nos portos russos.
Em
21 de Novembro, a Rússia emitiu um comunicado contra a militarização do Mar de
Azov [1].
[1]
« Déclaration de
la Russie à propos de la mer d’Azov », Réseau Voltaire, 21
de Novembro de 2018.
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
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