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Saturday, April 28, 2018

PT -- GUERRA NUCLEAR: 2.3 A crise dos mísseis em Cuba e a introdução da China entre as potências nucleares

MANLIO DINUCCI

“Copyright Zambon Editore”


GUERRA NUCLEAR
O DIA ANTERIOR
De Hiroshima até hoje:
Quem e como nos conduzem à catástrofe


2.3 A crise dos mísseis em Cuba e a introdução da China entre as potências nucleares

Enquanto está em pleno desenvolvimento a corrida aos armamentos nucleares, explode em Outubro de 1962 a crise dos mísseis em Cuba: depois da falhada invasão armada da ilha, em Abril de 1961, obra de refugiados políticos apoiados pela CIA americana, a URSS decide fornecer a Cuba mísseis balísticos de alcance médio (1.000 a 3.000 km) e intermédios (3.000 a 5.500 km). Os Estados Unidos efectuam então, o bloqueio naval da ilha e colocam em alerta as forças nucleares: mais de 130 mísseis balísticos intercontinentais Atlas e Titan estão preparados para lançamento; 54 bombardeiros com armas nucleares a bordo juntam-se aos 12 que o Comando Aéreo Estratégico mantém sempre em vôo, vinte e quatro horas sobre vinte e quatro, prontos para o ataque nuclear.

Os Estados Unidos dispõe, naquele momento, de mais de 25.000 armas nucleares, às quais se juntam cerca de 210 britânicas, enquanto a Rússia possui cerca de 3.500.

A crise, que leva o mundo ao limiar da guerra nuclear, é desactivada pela decisão soviética de não instalar os mísseis, a troco do compromisso dos EUA retirarem o bloqueio e respeitarem a independência de Cuba.

Nesse mesmo período, a China mobiliza-se para a aquisição de armas nucleares. A ideia de que ela também a devia possuir, nasce em Pequim durante a guerra da Coreia (1950-1953), quando voluntários chineses vão ajudar as forças norte-coreanas e os Estados Unidos ameaçam com uma nova Hiroshima. Também a China, como a França, inicia com um programa de pesquisa sobre os usos civis da energia nuclear, em particular para a produção de electricidade. Mas, em 1951, Pequim assina um acordo secreto com Moscovo, em que se estabelece uma permuta nuclear: a China fornece urânio à URSS e esta fornece-lhe, em troca, assistência para a pesquisa nuclear.

A decisão final de construir armas nucleares foi tomada em Pequim, em 1956. Mas, três anos depois, em seguida a divergências políticas crescentes, Moscovo quebra o acordo e, em 1960, começa a retirar os peritos soviéticos da China. No entanto, esta aprendeu a caminhar sobre as suas pernas e, continuando a percorrer o caminho nuclear, chega à Bomba.

A China faz explodir a sua primeira bomba nuclear de urânio, em 16 de Outubro de 1964, e após nem sequer três anos, em 14 de Junho de 1967, a sua primeira bomba H. Quatro anos depois, já está em funcionamento a cadeia de produção de armas nucleares que, em 1974, também lhes permite fabricar em série, bombas de hidrogénio. Ao mesmo tempo, a China começa a construir mísseis balísticos intercontinentais com ogivas nucleares, entre as quais a DF-5 que, com um alcance de 10 – 12.000 km, é capaz de atingir a costa ocidental dos USA. 

A seguir: 2.4 A planificação do ataque nuclear
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

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