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Tuesday, February 1, 2022

PT -- Manlio Dinucci -- A Arte da Guerra -- A Blackwater está no Donbass com o Batalhão Azov

 

A Arte da guerra

A Blackwater está no Donbass com o Batalhão Azov

Manlio Dinucci


A CIA e o MI6 estão a reorganizar as redes stay behind  à NATO na Europa de Leste. Se depois da Segunda Guerra Mundial, se paoiaram nos antigos nazis para combater os soviéticos, continuam a apoiar os grupos neonazis contra os russos. Não há nenhuma razão óbvia para isto. Os nazis eram abundantes na década de 1940, são muito poucos hoje em dia e ainda existem apenas devido à ajuda anglo-saxónica.

REDE VOLTAIRE | ROMA (ITÁLIA) | 1 DE FEVEREIRO DE 2022

 ITALIANO FRANÇAIS 



O telefonema entre o Presidente Biden e o Presidente ucraniano Zelensky "não correu bem", titula a CNN: enquanto "Biden avisou que uma invasão russa é praticamente certa em Fevereiro, quando o solo congelado torna possível a passagem de tanques", Zelensky "pediu a Biden que baixasse o tom, argumentando que a ameaça russa ainda é ambígua". Enquanto o próprio Presidente ucraniano assume uma posição mais cautelosa, as forças armadas ucranianas estão a reunir-se em massa no Donbass, perto da zona habitada pela população russa, à volta de Donetsk e Lugansk. De acordo com relatórios da Missão Especial de Monitorização da OSCE na Ucrânia, obscurecidos pela nossa comunicação social dominante que apenas fala do destacamento russo, estão aqui estacionadas unidades do Exército e da Guarda Nacional ucraniana, num total de cerca de 150.000 homens. Estão armados e treinados e assim, efectivamente comandados, por conselheiros e instrutores militares USA-NATO.


De 1991 a 2014, de acordo com o Serviço de Investigação do Congresso, os Estados Unidos forneceram à Ucrânia 4 biliões de dólares em assistência militar, aos quais se juntaram mais de 2,5 biliões de dólares após 2014, mais um bilião de dólares fornecidos pelo Fundo Fiduciário NATO, no qual a Itália também participa. Isto é apenas uma parte dos investimentos militares feitos pelas principais potências da NATO na Ucrânia. A Grã-Bretanha, por exemplo, concluiu vários acordos militares com Kiev, investindo, entre outras coisas, 1,7 biliões de libras no reforço das capacidades navais da Ucrânia: este programa prevê o armamento de navios ucranianos com mísseis britânicos, a produção conjunta de 8 lançadores de mísseis rápidos, a construção de bases navais no Mar Negro e também no Mar de Azov entre a Ucrânia, a Crimeia e a Rússia. Neste contexto, as despesas militares ucranianas, que equivaliam a 3% do PIB em 2014, aumentaram para 6% em 2022, correspondendo a mais de 11 biliões de dólares.


Para além dos investimentos militares USA-NATO na Ucrânia, adiciona-se também um plano de 10 biliões de dólares a ser implementado por Erik Prince, fundador da empresa militar privada norte-americana Blackwater, agora rebaptizada Academy, que forneceu mercenários à CIA, ao Pentágono e ao Departamento de Estado para operações secretas (incluindo tortura e assassinatos), ganhando biliões de dólares.  O plano de Erik Prince, revelado por uma investigação da revista Time, é criar um exército privado na Ucrânia através de uma parceria entre a empresa Lancaster 6, através da qual Prince forneceu mercenários ao Médio Oriente e a África, e o principal gabinete de serviços secretos ucraniano controlado pela CIA. Não se sabe, evidentemente, quais seriam as tarefas do exército privado criado na Ucrânia pelo fundador da Blackwater, certamente com o financiamento da CIA. No entanto, é de prever que realize operações secretas na Europa, na Rússia e noutras regiões, a partir da sua base na Ucrânia.

 

Neste contexto, é particularmente alarmante a denuncia, efectuada pelo Ministro da Defesa russo, Shoigu que, na região de Donetsk, existem "empresas militares privadas americanas a preparar uma provocação utilizando produtos químicos desconhecidos". Esta poderia ser a faísca que desencadeia a detonação de uma guerra no coração da Europa: um ataque químico contra civis ucranianos no Donbass, imediatamente atribuído aos russos em Donetsk e Lugansk, que seriam atacados pelas forças ucranianas preponderantes já destacadas na região, para forçar a Rússia a intervir militarmente em sua defesa. Na linha da frente, pronto para abater os russos no Donbass, está o batalhão Azov, promovido a regimento de forças especiais, treinado e armado pelos EUA e pela NATO, que se distinguiu pela sua ferocidade nos ataques contra as populações russas da Ucrânia.  O Batalhão Azov, que recruta neonazis de toda a Europa sob a sua bandeira copiada pela bandeira dos SS Das Reich, é comandado pelo seu fundador Andrey Biletsky, promovido a coronel. Não é apenas uma unidade militar, mas um movimento ideológico e político, do qual Biletsky é o líder carismático, especialmente para a organização juvenil, que está a ser educada no ódio contra os russos com o seu livro 'As palavras do Führer Branco'.

Manlio Dinucci

 

(il manifesto, 1 de Fevereiro de 2022)

 

Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos

Email: luisavasconcellos2012@gmail.com

Webpage: NO WAR NO NATO

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