A Arte da guerra
A Blackwater está no Donbass
com o Batalhão Azov
Manlio Dinucci
A CIA e o MI6
estão a reorganizar as redes stay behind à NATO na Europa de
Leste. Se depois da Segunda Guerra Mundial, se paoiaram nos antigos nazis para
combater os soviéticos, continuam a apoiar os grupos neonazis contra os russos.
Não há nenhuma razão óbvia para isto. Os nazis eram abundantes na década de
1940, são muito poucos hoje em dia e ainda existem apenas devido à ajuda
anglo-saxónica.
REDE VOLTAIRE |
ROMA (ITÁLIA) | 1 DE FEVEREIRO DE 2022
O telefonema entre o Presidente Biden
e o Presidente ucraniano Zelensky "não correu bem", titula a CNN:
enquanto "Biden avisou que uma invasão russa é praticamente certa em
Fevereiro, quando o solo congelado torna possível a passagem de tanques",
Zelensky "pediu a Biden que baixasse o tom, argumentando que a ameaça
russa ainda é ambígua". Enquanto o próprio Presidente ucraniano assume uma
posição mais cautelosa, as forças armadas ucranianas estão a reunir-se em massa
no Donbass, perto da zona habitada pela população russa, à volta de Donetsk e
Lugansk. De acordo com relatórios da Missão Especial de Monitorização da OSCE
na Ucrânia, obscurecidos pela nossa comunicação social dominante que apenas
fala do destacamento russo, estão aqui estacionadas unidades do Exército e da
Guarda Nacional ucraniana, num total de cerca de 150.000 homens. Estão armados
e treinados e assim, efectivamente comandados, por conselheiros e instrutores
militares USA-NATO.
De 1991 a 2014, de acordo com
o Serviço de Investigação do Congresso, os Estados Unidos forneceram à Ucrânia
4 biliões de dólares em assistência militar, aos quais se juntaram mais de 2,5 biliões
de dólares após 2014, mais um bilião de dólares fornecidos pelo Fundo
Fiduciário NATO, no qual a Itália também participa. Isto é apenas uma parte dos
investimentos militares feitos pelas principais potências da NATO na Ucrânia. A
Grã-Bretanha, por exemplo, concluiu vários acordos militares com Kiev,
investindo, entre outras coisas, 1,7 biliões de libras no reforço das
capacidades navais da Ucrânia: este programa prevê o armamento de navios
ucranianos com mísseis britânicos, a produção conjunta de 8 lançadores de
mísseis rápidos, a construção de bases navais no Mar Negro e também no Mar de
Azov entre a Ucrânia, a Crimeia e a Rússia. Neste contexto, as despesas
militares ucranianas, que equivaliam a 3% do PIB em 2014, aumentaram para 6% em
2022, correspondendo a mais de 11 biliões de dólares.
Para além dos investimentos
militares USA-NATO na Ucrânia, adiciona-se também um plano de 10 biliões de
dólares a ser implementado por Erik Prince, fundador da empresa militar privada
norte-americana Blackwater, agora rebaptizada Academy, que forneceu mercenários
à CIA, ao Pentágono e ao Departamento de Estado para operações secretas
(incluindo tortura e assassinatos), ganhando biliões de dólares. O plano de Erik Prince, revelado por uma
investigação da revista Time, é criar um exército privado na Ucrânia através de
uma parceria entre a empresa Lancaster 6, através da qual Prince forneceu
mercenários ao Médio Oriente e a África, e o principal gabinete de serviços
secretos ucraniano controlado pela CIA. Não se sabe, evidentemente, quais
seriam as tarefas do exército privado criado na Ucrânia pelo fundador da
Blackwater, certamente com o financiamento da CIA. No entanto, é de prever que
realize operações secretas na Europa, na Rússia e noutras regiões, a partir da
sua base na Ucrânia.
Neste contexto, é particularmente
alarmante a denuncia, efectuada pelo Ministro da Defesa russo, Shoigu que, na
região de Donetsk, existem "empresas militares privadas americanas a
preparar uma provocação utilizando produtos químicos desconhecidos". Esta
poderia ser a faísca que desencadeia a detonação de uma guerra no coração da
Europa: um ataque químico contra civis ucranianos no Donbass, imediatamente
atribuído aos russos em Donetsk e Lugansk, que seriam atacados pelas forças
ucranianas preponderantes já destacadas na região, para forçar a Rússia a
intervir militarmente em sua defesa. Na linha da frente, pronto para abater os
russos no Donbass, está o batalhão Azov, promovido a regimento de forças
especiais, treinado e armado pelos EUA e pela NATO, que se distinguiu pela sua
ferocidade nos ataques contra as populações russas da Ucrânia. O Batalhão Azov, que recruta neonazis de toda
a Europa sob a sua bandeira copiada pela bandeira dos SS Das Reich, é comandado
pelo seu fundador Andrey Biletsky, promovido a coronel. Não é apenas uma
unidade militar, mas um movimento ideológico e político, do qual Biletsky é o
líder carismático, especialmente para a organização juvenil, que está a ser
educada no ódio contra os russos com o seu livro 'As palavras do Führer Branco'.
Manlio Dinucci
(il manifesto,
1 de Fevereiro de 2022)
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO
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