Ucrânia: A comunicação
mediática tem o direito de informar
A
prática fascista da Censura de fontes russas saiu pela culatra. Os leitores e
os telespectadores estão a juntar-se
para ouvir o contexto da história.
História?
Mais semelhante a uma tragédia. Alguns membros da minha família foram vítimas
do fascismo durante a Segunda Guerra Mundial e as cenas dos fascistas exibindo
suásticas e a desfilar pelas ruas da Ucrânia e os vídeos de fascistas usando suásticas
e a torturar crianças de língua russa, trazem essas imagens de novo aos nossos olhos
de jovens judeus, ciganos, rapazes negros ou rapazes de famílias de comunistas
que entram num campo de concentração com saúde e, três meses mais tarde,
apresentam um ar perdido, adoentado e derrotado. Vemos esse olhar nas crianças
ucranianas a dizer adeus ao papá. Vemos as mesmas imagens de crianças em
Donbass, com esse mesmo olhar. Será uma imagem mais importante do que a outra?
Ou mais mediática do que a outra, porque alguém decidiu tomar partido?
Estas
imagens de Donbass não são mostradas nas fontes dos meios de comunicação
ocidentais, nem a RT ou o Sputnik na União Europeia, que adoptou uma política
fascista de censura de fontes russas enquanto o Facebook e outros meios de comunicação
social estão a fazer um trabalho frenético de supressão de páginas e enquanto o
Google faz um trabalho frenético de limpeza de material da Internet
Hoje em dia o fascismo não é só
superficial
E qual é o
resultado? O Embaixador ucraniano na Alemanha, Melnyk, que deixou claro
em público que apoia o Batalhão Azov e apoiou Bandera, um criminoso torturador
pedófilo e assassino que colaborou com os nazis e cujos bandos esquartejaram criancinhas. Quem disser que apoia Bandera deve ser fechado numa prisão
psiquiátrica e o mesmo se aplica ao Batalhão de Azov. Um embaixador ao fazer esta afirmação significa que o culto dos fascistas e do fascismo é muito mais do que
superficial. Até que ponto é um problema
em crescimento?
E se
for um problema em desenvolvimento, queremos saber. Então, o que faz a União
Europeia? Censura as fontes russas, enquanto os sites e as páginas web são
fechadas ou bloqueadas ou são vítimas de ataques ciberterroristas; os
jornalistas são atacados com ameaças de morte e o material é removido da
Internet. Este é o fetiche fascista mais recente: remover vídeos e provas
fotográficas e depois, quando confrontado com o facto, a resposta é
"Prove-o!
A política de censura está
a resultar?
Posso
responder a esta pergunta com os emails que recebo dos meus leitores e não vou
mencionar ninguém pelo nome, mas posso falar de percentagens. 70% dos emails
que recebo em resposta aos meus artigos são de indivíduos equilibrados que
dizem "Obrigado por apresentar uma abordagem equilibrada tendo em
consideração o contexto, que simplesmente não ouvimos no Ocidente". Não,
claro que não escutam porque é censurado. Mas não significa que não aconteça
algo - só porque não se consegue ver, não significa que não exista. E estes
leitores compreendem que apresentar um contexto não é justificar ou queixar-se
de nada. Em três palavras, é a
apresentação de um contexto.
Os
outros trinta por cento estão divididos em mensagens críticas, afirmativas e
testemunhos, mas educadas e respeitosas, abertas ao diálogo (29 por cento) e um
por cento são insultos e ameaças de morte de pessoas incapazes de praticar uma exposição oral/discurso, o diálogo e a discussão, os fundamentos da democracia que afirmam adorar. O que é
que um jornalista faz nestes casos?
Muitos
nem sequer respondem aos emails, ou então não colocam o seu contacto sob o
artigo. Outros, cobardemente, não desenvolvem uma opinião. Mas o que é suposto
fazer num artigo de opinião, e quem é que ousa dizer que não tenho o direito de
exprimir a minha opinião? Trabalho com a imprensa soviética e russa há décadas, desde 1972 e nunca tive qualquer restrição ou directiva colocada sobre mim,
nunca ninguém me disse o que dizer ou escrever ou o que não dizer ou não escrever.
Respondo aos 70% de emails agradecendo a quem os enviou, aos outros 29 por
cento discuto abertamente e com respeito e, por vezes, tenho de explicar que
não estou a glorificar a violência ou as invasões, estou simplesmente a afirmar
que existe um contexto. Muitos compreendem então a minha posição, alguns
continuam a pensar que o ataque é totalmente injustificado e acreditam que a
Rússia invadiu só porque, de repente, decidiram invadir sem qualquer razão. Eu
argumentaria que tal posição é fruto de uma capacidade intelectual reduzida.
Ao
um por cento, apenas bloqueio o remetente e não respondo. As ameaças de morte?
Bem, se isso é normal dadas as circunstâncias e o resultado de emitir a minha
opinião, assim seja, se é isso que acontece em 2022. É um crime, punível com pena de prisão. Suponho que poderia remeter essas mensagens a um amigo meu
que é perito na recolha de números IP e respectivos endereços ou, simplesmente,
reencaminhar para um amigo meu que é polícia de alta patente, mas não sou
esse tipo de pessoa.
Então, até onde é que isto
nos levou?
À
conclusão de que as pessoas querem ouvir a verdade, querem ver os vídeos. A
deduzir que as pessoas ainda tiram fotografias e fazem vídeos. Hoje em dia,
todos são potenciais fotógrafos amadores, pelo que todos aqueles que têm um
telemóvel, têm acesso a factos, a gravar, a distribuir e a receber. A perceber
que se pode tentar censurar o outro lado, mas esse procedimento só torna as
pessoas mais curiosas e faz com que não acreditem na parcialidade da reportagem,
no ódio, na russofobia. Esta técnica costumava funcionar há cinquenta anos, podia-se
convencer as pessoas que os membros da NATO eram os bons da fita e os soviéticos
eram um bando de pessoas repulsivas, por assim dizer. Isso era dantes. Agora é
assim. Há entrevistas com generais da NATO a circular, falando sobre este
acontecimento e tendo em conta ambos os lados da discussão, não tomando
partido, mas proporcionando uma abordagem equilibrada, como muitos militares
estão habituados a fazer. Ver o outro lado não significa dizer que a guerra é
fria, não significa que alguém goste de ser invadido e não glorifica a
violência. Respeita ambos os lados, adoptando uma abordagem madura e
equilibrada, evitando o incitamento ao ódio, que bloqueia a reconciliação. Eu
não odeio os ucranianos. Bem, eu não gosto dos fascistas, mas quem gosta? Um
fascista. Também não odeio ucranianos que falam russo ou russos.
Esta
situação levou-nos à conclusão de que aqueles que não estão envolvidos não se
devem envolver, mas sim fomentar mecanismos que proporcionem a paz e a a reconciliação após o fim do conflito, e esperemos que seja em breve. Levou-nos
à ilação de que nem todos os ucranianos são fascistas, mas que existem
fascistas nas forças armadas da Ucrânia, nas forças armadas oficiais da
Ucrânia, completas com suásticas e pessoal militar ucraniano, que bombardeiam
civis de língua russa, há oito anos. Os factos são estes.
Este
cenário levou-nos à conclusão de que a Senhora Diplomacia morreu em 2022. Morta
e enterrada, a um metro e meio de profundidade, esquecida, num caixão. Inerte,
fria. Morta. A Rússia tentou usar esse método, mas o Ocidente recusou-se a
ouvir, numa exibição de arrogância incompetente.
Levou-nos
ao raciocínio de que a Humanidade tem necessidade extrema de um mecanismo que
se põe em acção quando um conflito de qualquer tipo começa e se agrava. Neste
caso, podemos traçar a linha temporal em 2014 com o Putsch fascista e os
cânticos de "Morte aos russos e aos judeus" nas ruas. Alguns discordam deste método porque tiveram famílias torturadas em campos de
concentração fascistas. Um Fascista é um Fascista a mais. Não importa se o
Batalhão Azov engloba 3.000, numa força armada de 200.000. Três mil fascistas
que apoiam insígnias neonazis numa unidade armada oficial é um insulto à
memória dos europeus e só na Ucrânia é que vemos este fenómeno. Um fascista é
um fascista a mais.
Por
conseguinte, vemos que a censura não funciona. As pessoas fazem circular
fotografias e vídeos através de outros meios de comunicação social, recebemos
os sites RT e Sputnik de qualquer maneira, usando outros meios e se as pessoas
não souberem como fazê-lo, podem perguntar a alguém que o faça ou receber as
reportagens através dos que têm acesso. Os que ficam embaraçados são aqueles
que praticaram a censura.
Reiteremos
que apresentar um contexto não significa tomar partido. Digamos de novo, que o
ódio bloqueia a reconciliação. Não encontrarão um único vídeo de um massacre do
Batalhão Azov nos meus artigos ou quaisquer fotografias de crianças a serem
torturadas em Donbass. Ontem, recebi um. Dizem que a câmara não mente. A guerra
é medonha, as crianças a chorar são feias, as famílias despedaçadas são
disformes, sejam elas quem forem, quer sejam ucranianas de língua ucraniana ou ucranianas
de língua russa. Repetimos que nem todos os ucranianos são fascistas e que
ainda há muitos apanhados nisto, num país que proibiu o Partido Comunista. Esta
atitude é um acto de fascismo.
Reiteremos
que as lágrimas sabem a sal, ponto final. Reiteremos que todos nós queremos a
paz o mais depressa possível. Tudo o que Zelensky tem de fazer é implementar
os Acordos de Minsk que a Ucrânia assinou. Ou será que o papel em que a Ucrânia
assina não é adequado para o chão da casa de banho?
Censura
na União Europeia no ano de 2022. Uau.
Uau.
Uau.
Timothy
Bancroft-Hinchey, pode ser contactado
através do
email: timothy.hinchey@gmail.com
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