MANLIO DINUCCI
“Copyright Zambon Editore”
GUERRA NUCLEAR
O PRIMEIRO DIA
De Hiroshima até hoje:
Quem e como nos conduzem à catástrofe
5.6 Outros países
habilitados a fabricar armas nucleares
Além dos nove países que possuem armas nucleares, há mais trinta que se
acredita serem capazes de construí-las. São os principais países industrializados
da Asia, Europa, América do Norte e Oceania, entre os quais: Japão, Coreia do
Sul, Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Áustria, Finlândia, Noruega, Suécia,
Países Baixos, Suiça, Canadá, Austrália; alguns da Europa Central e Oriental e
da antiga URSS: Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia, Eslováquia, Ucrânia; da
Ásia e do Médio Oriente: Taiwan, Indonésia, Irão, Turquia; da América Latina:
Brasil, Argentina, México, Colômbia, Peru; da África: África do Sul, (algum tempo
na posse de armas nucleares), Egipto, Argélia.
Os países industrialmente mais avançados têm tudo o que é necessário para
construir a Bomba, logo que seja tomada essa decisão política. O caso do Japão é
emblemático. Aí, existe há algum tempo, uma corrente política favorável à
construção de um arsenal nuclear nacional. Durante a guerra fria, sustentam os
apoiantes de tal escolha, o Japão não tinha outra escolha senão a de estar sob
a protecção do «guarda-chuva nuclear» dos Estados Unidos (não aceitando,
formalmente, a instalação de armas nucleares no seu território), quer por lhe
ser proibido desenvolver um programa nuclear militar, quer por não ter podido
neutralizar as forças nucleares da super potência soviética. Na nova situação,
criada com a queda da União Soviética e com o fim da guerra fria, o Japão poderia
apetrechar-se com forças nucleares de modo a contrabalançar as russas e as
chinesas, desvinculando-se da «protecção» interessada do aliado-rival americano.
Segundo os proponentes da opção nuclear, não existe nenhuma razão para que o
Japão, terceira potência económica mundial, depois dos Estados Unidos e da
China, não deva fazer parte da elite possuidora de armas nucleares.
O Japão,
com uma indústria eléctronuclear desenvolvida, que compreende 42 reactores,
tem tudo o que é necessário para construir um arsenal nuclear. Possui cerca de
47 toneladas de plutónio, 37 das quais estão armazenadas na Grã-Bretanha e em
França, onde é reprocessado o combustível nuclear usado nas instalações
japonesas. O Japão tem o conhecimento, a tecnologia e os capitais com que
poderia iniciar a produção a curto prazo.
Também não se pode prever em que circunstâncias se torna real, a possibilidade de um governo japonês poder lançar o desafio nuclear, saindo do Tratado de
Não-Proliferação, ratificado em 1976 e colidir com o forte movimento
anti-nuclear existente no país. Uma vez iniciada a produção de ogivas nucleares, o Japão poderia constituir
rapidamente a sua própria força estratégica. De facto, possui foguetões potentes para o lançamento de satélites artificiais, que poderiam ser reconvertidos em
mísseis balísticos intercontinentais com ogivas nucleares.
A seguir:
5.7 As armas químicas e biológicas
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
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