Global
Research, 19 de Março de 2020
A primeira,
é ignorada.
A segunda,
é amplamente ridicularizada.
A terceira,
é aceite como evidente por si mesma.
Com
o COVID-19, entramos agora na etapa 2. Inicialmente, a comunicação mediática
ignorou as alegações e as análises de que o vírus poderia ter sido originado nos
EUA. Mas a propagação de informações e as reestruturações de provas de todos os
lados, inclusive nos EUA, tornou-se demasiado intensa e agora as reivindicações
estão a ser abertamente ridicularizadas pela comunicação mediática ocidental.
Resumidamente,
os virologistas chineses descobriram, taxativamente, que a fonte original do vírus não era a China,
nem Wuhan, nem o mercado de marisco, mas tinha sido localizada nos EUA, sendo um cenário possível, que o vírus possa ter sido originado no Laboratório de Armas Biológicas das Forças Armadas dos EUA, em Fort Detrick (que foi fechado pelo CDC em Julho,
devido a surtos) e levado para a China durante os Jogos Militares Mundiais, em
Outubro de 2019.
Além
do mais, os virologistas japoneses e taiwaneses chegaram independentemente à
conclusão de que o vírus poderia ter sido originado nos EUA.
Os
americanos fizeram o seu melhor desde o início para evitar a culpabilidade,
criando histórias de morcegos, cobras, pangolins, o mercado de marisco, a
Universidade Wuhan como sendo uma instalação de armas biológicas (que não é) e
o conto da CIA espalhado através da VOA (Voice of America) e da Radio Free Asia, de que o vírus vazou daquela universidade. Eles declararam (documentadamente) que,
pesquisadores chineses haviam participado (há 7 anos) em pesquisas semelhantes
sobre o vírus, financiadas peloS NIH dos EUA, insinuando, até certo ponto, a
culpabilidade chinesa e ignorando que a pesquisa anterior era insignificante
para os acontecimentos actuais.
Devo
dizer que os americanos provaram ser muito hábeis ao pegar no microfone
primeiro, a fim de criar uma narrativa “oficial” de um acontecimento actual
enquanto inundavam a comunicação mediática com o dedo apontado o bastante, a fim de impedir que um público crédulo tivesse tempo de juntar as peças de maneira
lógica.
Eles
desprezaram o facto muito real de que poucas nações iriam criar ou libertar uma
arma biológica que atacaria, em primeiro lugar, a sua própria nação. Também
descartaram a probabilidade geopolítica de um “end game” - que um vírus é uma
poderosa arma de guerra económica, capaz de provocar à economia da China o que
uma guerra comercial não poderia fazer.
Os
leitores ocasionais tendem a ignorar o facto de que, na mentalidade americana,
existem muitas razões geopolíticas sólidas para atacar a China, o Irão e a
Itália e que os países restantes são, apenas, danos colaterais que tiveram azar.
Muitos
artigos sobre o vírus, que contêm estas e outras informações semelhantes, foram
publicados em sites de notícias de segunda linha, na Internet, alguns obtendo um enorme número de leitores com centenas de milhares de downloads e novas publicações dos mesmos.
Muitos desses artigos foram traduzidos em 6 ou 7 línguas e publicados em sites
em todo o mundo. Simultaneamente, foram feitas muitas postagens nas redes sociais chinesas, especulando sobre as circunstâncias estranhas e sobre a longa cadeia
de coincidências fora do comum, que conduziram ao surto do vírus em Wuhan.
Um
dos artigos mencionados acima foi traduzido e publicado numa rede social chinesa e reuniu 76.000 comentários, nas primeiras 8 horas.
Por fim, os principais meios de comunicação mediática chineses fizeram as
mesmas considerações - que o vírus poderia ter se originado nos EUA e que os
americanos estavam envolvidos num grande acobertamento desse facto.
Depois,
Zhao LiJian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China,
oficializou esta narrativa, através de várias publicações nas redes sociais dos
EUA. Um artigo importante da comunicação mediática, no New York Times, referiu que “as observações de Zhao foram espalhadas
na plataforma da rede social mais destacada da China, o Weibo. . . [e] foram vistas mais de 160 milhões de vezes,
junto com as imagens das publicações originais no Twitter.
Aparentemente,
as postagens de LiJian no Twitter, sendo essencialmente uma fonte oficial que
não pode ser facilmente ignorada, a alegar que o vírus foi trazido para a China
dos EUA durante os Jogos Militares e exigindo uma explicação dos EUA, estavam a
receber demasiada atenção do público para serem ignoradas. Tudo o que foi acima
mencionado, criou pressão política suficiente para forçar a comunicação
mediática ocidental a responder. E, claro, eles responderam ignorando os factos
da mensagem e destruindo o mensageiro.
Em
12 de Março, o Guardian, do Reino
Unido, publicou um artigo alegando que a China estava “a pressionar propaganda”
sobre o vírus, vindo dos EUA. (1) Em 13 de Março, o New York Times publicou um texto semelhante de uma “conspiração do
coronavírus da China”, de falsas alegações sobre a origem do vírus. (2) Depois,
em 14 de Março, a ABC News publicou
uma matéria intitulada “Falsas alegações sobre as origens do coronavírus
provocam fricções entre os EUA e a China”, na qual ridicularizavam a China e as
reivindicações de um vírus americano. (3)
O
Seattle Times publicou uma versão da
história, afirmando: “A China está a lançar uma nova teoria sobre as origens do
coronavírus: É uma doença americana. . . introduzida por membros do Exército
dos EUA que visitaram Wuhan, em Outubro. Não há um pingo de evidência a
apoiá-la, mas este parecer recebeu a aprovação oficial do Ministério dos
Negócios Estrangeiros da China, cujo porta-voz acusou as autoridades americanas
de não manifestarem o que sabem sobre a doença.” (4) O UK Independent publicou a sua própria
versão da “teoria da conspiração da China” (5), assim como a CNN (6).
O
artigo do ABC afirmava que “o Secretário Adjunto, David Stilwell, deu ao Embaixador
[chinês] Cui Tiankai, uma “exposição muito firme dos factos”, alegando que Cui
estava “muito na defesa” diante desse ataque “oficial” americano. O Departamento
de Estado dos EUA é citado como tendo dito: “Queríamos avisar o governo [chinês]
de que não toleraremos [teorias da conspiração] para o bem do povo chinês e do mundo”.
A
seguir, o Washington Post, a Bloomberg e meia dúzia de outros meios
de comunicação mediática entraram em contacto com este autor para entrevistas,
ansiosos por uma oportunidade de descartar esta ‘teoria da conspiração’, na sua
origem. A Embaixada dos EUA em Pequim também “procurou” o autor “para falar
sobre este assunto”.
Se
a campanha de informação pública e a pressão política resultante puderem
continuar, entraremos na fase três, onde a comunicação mediática começará a
admitir: primeiro a possibilidade, depois a probabilidade, e a seguir, o facto
dos EUA serem a origem do vírus da “China”.
*
“Larry Romanoff,
consultor de administração e empresário aposentado. Ocupou cargos executivos
especializados em empresas de consultoria internacionais e possuía uma empresa
internacional de importação e exportação. Professor Visitante da Universidade
Fudan de Shangai, apresenta estudos de casos em assuntos internacionais a
executivos especializados. Romanoff reside em Shangai e, actualmente,
está a escrever uma série de dez livros, de um modo geral, relacionados com a
China e com o Ocidente. Pode ser contactado através do
email: 2186604556@qq.com”.
Notas de Rodapé
A
Fonte original deste artigo é Global Research
Tradutora:
Maria Luísa de Vasconcellos
Email:
luisavasconcellos2012@gmail.com
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